segunda-feira, junho 19, 2006

Hans Donner


"Na ocasião da comemoração dos 500 anos do Brasil, fui presenteado de várias maneiras: conhecendo o Brasil com suas danças, folclores e expressões populares. Do Amazonas a Porto Alegre. Também conheci talentos pelo Brasil. Entre muitos desses talentos espalhados por essa nação, tive o privilégio de encontrar Reginaldo Marinho, de João Pessoa. Ele encontrou uma maneira diferente de transformar em arte as formas femininas, as quais Deus caprichou nas mulheres brasileiras".

Hans Donner

Mosaicus

O corpo feminino guarda segredos infinitos. Com as formas arredondadas e belas podemos elaborar outras, surpreendentes e insinuantes. O objetivo é expandir o erotismo, desmistificar e transformar em aliados esses segredos, essas descobertas. Não tenha medo, se entregue a esse jogo, explore e valorize cada detalhe do corpo de uma mulher.

Mosaicus investiga e reproduz essas formas, incita, excita e proclama o corpo da mulher como fonte permanente de fascínio, sonhos e êxtase.

A arte recorre ao erótico para promover um jogo de encantamento e prazer visual em uma homenagem a Aloísio Magalhães, Mauritus Escher e a Viktor Vassareli, exaltando o corpo feminino. O lúdico e a sensualidade; a informática e a formatação corpórea unidos para o seu deleite, sem culpa.

Inspirado na Cultura Khmer, Mosaicus expõe o erotismo como fenômeno e fio condutor ao retorno do Paraíso. A convergência do sagrado e do erótico. Do mistério e do transcendente. Ao mesmo tempo, apresenta uma releitura atualizada do concretismo.

Mosaicus é isso, um convite para um mergulho profundo no universo feminino. Um mergulho num abismo restaurador. Um universo cheio de magia e leveza, elo fundamental para estimular o auto-conhecimento e a revelação dos signos que habitam o corpo feminino.

Reginaldo Marinho

3D1 - Veja com óculos adequados para 3 dimensões

3D2 - Veja com óculos adequados para 3 dimensões

domingo, junho 18, 2006

3D3 - Veja com óculos adequados para 3 dimensões

O poeta visual do Nordeste

José Nêumanne Pinto

Paraibano de Sapé, Reginaldo Marinho é, principalmente, o fotógrafo em preto e branco da paisagem e dos hábitos nordestinos. Quem conhece seu trabalho a respeito da região a que está ligado umbilical e atavicalmente, não tem a menor dúvida em descobrir sua identidade. A luz rústica rebatida nos objetos captados por sua lente é aquela luz dura e cegante que coalha a lama no sertão nordestino, transformando o chão em pedra rachada. Reginaldo é o poeta visual do Nordeste – como Zé Ramalho é seu poeta oral – porque vive a nordestinidade em sua plenitude, não como um dado exótico de sua visão poética do mundo, mas como uma informação, biográfica essencial de sua própria formação de artista.


Talvez por isso mesmo, o fotógrafo paraibano tenha, captado, com tanta emoção, os flagrantes da redescoberta da democracia na Espanha, ou melhor e mais precisamente, como exigiria Luís Llach, na Catalunha. Reginaldo Marinho deixou os espaços de Niemeyer e Lúcio Costa, pelos quis tinha abandonado as paragens sertanejas, para viver 1977, em Barcelona, terra da luxuriante arquitetura de Gaudi.

Fotógrafo do dia a dia, convicto repórter da vida comum, acompanhou com atenção o nascer da vida democrática na Espanha, durante a morte do falangismo franquista, sem que sua câmera deixasse de perceber no rosto do homem comum mudança a mudança nos vincos de sua pele curada em 39 anos de ditadura. A atenção do repórter deu-lhe o instrumento. Mas foi a alma de nordestino que lhe permitiu beber a emoção do momento em cada gesto imobilizado pelo diafragma de sua arma permanentemente apontada para as ruas catalãs.

O espectador atento perceberá no trabalho fotográfico de Reginaldo Marinho a mesma fusion Espanha-Nordeste, que poderá ter percebido quando viu – se viu – o filme O Passageiro, de Michelangelo Antonioni ou quando percebeu no grito do muezim catalão Luís Llach os mesmos aboios chorados que o amuandim cearense Raimundo Fagner registrou em seu LP antológico Traduz(c)ir-se. Existem entre Barcelona e Sapé muito menos diferenças do que poderiam supor nossos vãos mapas do mundo.

Mosaicus, os novos trabalhos de Reginaldo Marinho

(jornal O Norte)

Reginaldo Marinho já nasceu multimídia muito antes da invenção dessa expressão. Aos 18 anos ele foi, por notório saber, professor de Geometria Descritiva do Colégio Universitário da Universidade Federal da Paraíba. Lá ele começou a inventar e introduziu uma nova didática para a disciplina. A sua completa compreensão multidisciplinar reunia vários conhecimentos em classe, resultando em aulas que misturavam geometria com óptica, cinemática e outras áreas da ciência.

Fotógrafo, publicitário, designer, inventor, jornalista está sempre surpreendendo. Agora, resolveu nos presentear com a mais nova de suas criações, uma belíssima exposição de painéis que ele chama de Mosaicus. Essa mostra que acontecerá no Hotel Tambaú, dia 29 próximo às 20 horas, irá inaugurar mais um espaço nobre para exposições dos talentosos artistas paraibanos.

Mosaicus é mais uma invenção iluminada de Marinho. Nessa mostra ele percorre um caminho que começa nos templos religiosos da Cultura Khmer, que apresentam em suas fachadas esculturas eróticas de personagens exibindo candidamente os seus órgãos genitais, de um modo artístico e harmônico, passando por uma releitura da obra de Mauritus Escher que ancorou a sua produção artística nas possibilidades infinitas das transformações geométricas. O trabalho que vamos ver é primo-irmão de sua invenção mais consagrada, com estruturas modulares.

Para Marinho, a Geometria é a sua fonte mais rica e com ela, ele nutre o seu fazer artístico ou científico. Para ele, a produção artística e a científica tem uma única matriz: Deus. Com essas imagens, teremos oportunidade de uma boa aproximação do pensamento desse singular paraibano.

Hotel Tambaú abre espaço para a cultura. Mosaicus é a primeira mostra

Augusto Magalhães
(jornal Correio da Paraíba)


O professor e inventor Reginaldo Marinho mostra também sua habilidade no mundo das artes. Ele abre na próxima quinta-feira, 29, o espaço destinado à cultura do Hotel Tambaú, com a exposição "Mosaicus". São 25 telas formadas a partir de elementos geométricos e, segundo o autor, "através de espelhamento de módulos". A exposição vai ocupar o "hall" de entrada do Hotel Tambaú, que servirá a partir de agora de espaço dedicado à cultura. A idéia surgiu a partir de visita do diretor da rede de hotéis Tropical, Alfredo Stefani, ao ateliê de Reginaldo Marinho.

Além de artista plástico, Reginaldo é professor de Geometria Descritiva. Por isso, o trabalho artístico está ligado às formas geométricas. "Trabalho com movimentos modulares e aproveito esse momento específico para criar um estímulo e abrir uma cortina sobre o olhar erótico. Não existe neste trabalho um trato relacionado ao sexo propriamente dito, mas ao erotismo e ao corpo", comenta.


Artista trabalha com jogo erótico

Para Reginaldo Marinho, "o corpo feminino guarda segredos infinitos. Com as formas arredondadas e belas podemos elaborar outras, surpreendentes e insinuantes. O objetivo é expandir o erotismo, desmistificar e transformar em aliados esses segredos, essas descobertas. Não tenha medo, se entregue a esse jogo, explore e valorize cada detalhe do corpo de uma mulher", sugere.


"Mosaicus" investiga e reproduz essas formas, incita, excita e proclama o corpo da mulher como fonte permanente de fascínio, sonhos e êxtase. A arte do jogo erótico para promover um jogo de encantamento e prazer visual em uma homenagem a Mauritus Escher, e a Viktor Vassareli exaltando o corpo feminino. O lúdico e a sensualidade. A informática e a formatação copórea unidos para o seu deleite, sem culpa.

Inspirado na Cultura Khmer, "Mosaicus" expõe o erotismo como fenômeno e fio condutor ao retorno do paraíso. "A convergência do sagrado e do erótico. Do mistério e do transcendente. Ao mesmo tempo, apresenta uma releitura atualizada do concretismo. Mosaicus é isso, um convite para um mergulho profundo no universo feminino. Um mergulho num abismo restaurador. Um universo cheio de magia e leveza, elo fundamental para estimular o auto-conhecimento e a revelação dos signos que habitam o corpo feminino", resume.

Pós-moderno

Reginaldo Marinho se denomina como um "Renascentista pós-moderno, que trabalha com a arte, ciência e tecnológica". Aos 18 anos já era professor notório saber de uma escola ligada à Universidade Federal da Paraíba, onde lecionava Geometria Descritiva.

Trabalha com a associação de conhecimentos em várias áreas, como a ótica, cinemática e a física. Trabalhou na Espanha como fotógrafo para a revista Interviú. Reginaldo Marinho é pesquisador premiado com medalhas de ouro em exposições tecnológicas com projetos na área de Engenharia Civil. Prêmios conferidos em Genebra e Londres. É membro da Associação Brasileira de Jornalismo Científico.

Artista usa erotismo para falar de ciência em Tambaú

RENATO FÉLIX
(Jornal da Paraíba)

Arte, erotismo e ciência estão juntas na exposição que inaugura o espaço de exposições do Hotel Tambaú, hoje, às 20 horas. Mosaicus, de Reginaldo Marinho, parte de imagens eróticas (ou "lembranças de imagens eróticas", como ele diz) para compor outras imagens, através da repetição e montagem. São 18 painéis que seguem essa técnica de trabalho.

A maioria das fotos originais foi tirada por ele mesmo. Depois, ele as retrabalhou em programas de computação para manipulação de fotos e design gráfico. Através de espelhamentos, reproduções e oposições, construiu os mosaicos que estão nos painéis expostos.

Há dois elementos importantes a considerar em Mosaicus. Primeiro, é inspirado em culturas milenares, principalmente do sudeste asiático. "O mundo inteiro, em várias culturas, cultuaram o erotismo", conta o artista plástico. "Mas isso se observa com mais nitidez na cultura khmer, no Camboja". Ele lembra que nos templos daquela região é comum encontrar esculturas de personagens com os órgãos genitais à mostra. "Mas a cultura ocidental trata isso como obsceno", diz.

Por isso, o uso de imagens sexuais mais ou menos nítidas como base para a construção dos mosaicos. "As microimagens formam um objeto que não está referido ao objeto original", explica.
O segundo ponto de destaque em Mosaicus é a relação que a exposição possui com o trabalho científico de Reginaldo Marinho. Ele desenvolveu, resumidamente, um sistema construtivo à base de módulos - de modo que não seria necessário colunas ou aço para levantar um ginásio, por exemplo. A pesquisa já foi premiada duas vezes em salões internacionais de novas tecnologias (em Genebra e em Londres). "A exposição é irmã do projeto tecnológico", afirma.

A relação entre os dois campos na vida de Reginaldo Marinho não é de hoje. "Eu sempre fui artista e sempre fui cientista", diz. "Sou uma espécie de renascentista pós-moderno". A utilização de pequenas partes para construir um todo impensável a princípio é o que mais aproxima, à primeira vista, esses dois trabalhos específicos.

A exposição também marca a inauguração de um novo espaço de artes em João Pessoa. Faz parte de um projeto da rede Tropical de hotéis, chamado "Raízes". A unidade de João Pessoa é a primeira a abrir espaço para as artes, o que deve ser seguido pelos demais hotéis da rede.

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Retrato poético de Reginaldo Marinho

Jaci Bezerra

Dentro do olho da câmara
há outro olho aceso.
Esse olho, brasa e chama
solto e desperto, inflama
o mundo e o deixa preso.

A mão, conduzindo a câmara,
é humana e terrestre,
está além da chama
que além do olho inflama
a luz de que se veste.

A câmara, na paisagem,
é instrumento do olho
e capta a luz selvagem,
ou mansa, da paisagem
nos mais íntimos refolhos.

E só se disparada
ao olho nu revela
a luz, brisa fisgada
de íntimas janelas;
não só precisa, bela.


O alfabeto do homem
é o mundo circundante;
a luz que o olho consome
para nutrir a fome
de um só e eterno instante.

Ao escrever com o vento
e com a luz madura
não guarda o homem o intento
de transformar em invento
o que o olho procura.

Sempre é exata a paisagem
e precisa a criatura
nessa luz e linguagem
que o homem, na paisagem,
diariamente apura.

Sempre é eterna a imagem
que o homem captura;
rói, o tempo, a paisagem
porém não rói a imagem
pela câmara segura.

Poesia publicada no blog de Lau Siqueira

REGINALDO MARINHO

Cientista, inventor, artista do que há de mais contemporâneo em termos do uso de tecnologia nas artes visuais. Um pesquisador de formas cujas tintas não desabitam a memória.

Reginaldo é um daqueles guerreiros, canibais da própria fome, de cérebro inquieto que se sustenta sobre seu tempo, sabendo que andou muito mais que seus próprios passos. Sabendo que o caminho da arte é o risco. Ele corre riscos! Não teme seus próprios medos.

Eu vi aquelas formas tão tênues e tão espessas ao mesmo tempo da sua última exposição. Vi sua face futurista, info-experiências visuais poeticamente perfeitas. Arte do século XXI. Eu sabia que estava diante de um criador incomum quando vi seu trabalho. Mas não percebi que, também aquelas formas escondiam versos flutuantes...

Flutua

Navega solta nesse rio sereno
com as velas bem enfunadas,
brilhando como o sol moreno
e como as noites enluaradas.

Vento suave em teus cabelos
sopram o hálito doce e firme,
que proclama os meus apelos,
palavras que o coração afirme.

Nave lenta em teu céu flutua,
resplandece, brilha e ilumina.
Não olvido a tua imagem nua,
nem os caminhos desta sina.

Navego nesse teu mar contrito
com o horizonte à minha frente,
com nossa pele sentindo o atrito
da noite e do vento transparente.

Voa, flutua, vai a todo o universo
em cada cálida parada freqüente,
a poesia profana de meu verso,
a planura de um sonho indolente.

(poema que Reginaldo Marinho me mandou por e-mail. E eu classifico esse poema com uma única e original palavra: ducaralho!)

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domingo, junho 11, 2006

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