domingo, junho 18, 2006

Poesia publicada no blog de Lau Siqueira

REGINALDO MARINHO

Cientista, inventor, artista do que há de mais contemporâneo em termos do uso de tecnologia nas artes visuais. Um pesquisador de formas cujas tintas não desabitam a memória.

Reginaldo é um daqueles guerreiros, canibais da própria fome, de cérebro inquieto que se sustenta sobre seu tempo, sabendo que andou muito mais que seus próprios passos. Sabendo que o caminho da arte é o risco. Ele corre riscos! Não teme seus próprios medos.

Eu vi aquelas formas tão tênues e tão espessas ao mesmo tempo da sua última exposição. Vi sua face futurista, info-experiências visuais poeticamente perfeitas. Arte do século XXI. Eu sabia que estava diante de um criador incomum quando vi seu trabalho. Mas não percebi que, também aquelas formas escondiam versos flutuantes...

Flutua

Navega solta nesse rio sereno
com as velas bem enfunadas,
brilhando como o sol moreno
e como as noites enluaradas.

Vento suave em teus cabelos
sopram o hálito doce e firme,
que proclama os meus apelos,
palavras que o coração afirme.

Nave lenta em teu céu flutua,
resplandece, brilha e ilumina.
Não olvido a tua imagem nua,
nem os caminhos desta sina.

Navego nesse teu mar contrito
com o horizonte à minha frente,
com nossa pele sentindo o atrito
da noite e do vento transparente.

Voa, flutua, vai a todo o universo
em cada cálida parada freqüente,
a poesia profana de meu verso,
a planura de um sonho indolente.

(poema que Reginaldo Marinho me mandou por e-mail. E eu classifico esse poema com uma única e original palavra: ducaralho!)